Certamente você já esbarrou em algum comentário do tipo: estamos na Era da tokenização, ou, que Token é a mais nova tecnologia ou até mesmo já ouviu falar sobre criptomoedas como Bitcoin e token como Ether.
Ahh… antes de começar, em breve vamos ter um curso sobre Tokenização, clique aqui e garanta sua inscrição. 😃
Mas é claro para você o que é Tokenizar? O que é um Token? O que eles resolvem?
Tenha em mente que o surgimento dessa solução (Tokenizar) amplia nossas opções de escolhas em como podemos gerenciar nossos bens (ativos) e ampliar nosso acesso a investimentos.
A Tokenização reduz e em alguns casos até liberta a dependência de intermediários, possibilita genuinamente a transparência de informações, garante segurança e confiabilidade nas transações, diminui custos e tempo de operação e gera liquidez, são essas as vantagens que a utilização do modelo de tokenização oferece. Do ponto de vista do investidor, daquele que adquire o Token, esse processo permite o acesso a ativos de alta performance a quem tenha interesse e não mais somente a grandes investidores ou instituições financeiras.
Você deve estar se perguntando: como assim a gente não tem liberdade e acesso limitado a investimentos ? Como Tokenização funciona e me permite autonomia? E o que é um Token mesmo? Eita atrás, de eita ! 🥴
Vamos simplificar de uma vez por todas o que é Tokenizar e o que é um Token. 😁
Assim vai ficar mais fácil de reconhecer a revolução financeira que estamos passando e entender que esse progresso é positivo, e que vivemos em um momento de transformação do modelo financeiro tradicional. 🙌 🙌 🙌
Entendendo o que é Tokenização
Bom a Tokenização é o processo de digitalizar um ativo real de maneira fracionada, assim o proprietário pode negociá-lo mais facilmente ( nesse modelo você “quebra em pequenos pedaços” o seu bem, consegue vender um pedacinho por vez, a uma quantidade maior de pessoas por preço proporcionalmente menor) .
E ativos são todo e qualquer bem que possui valor comercial, e que se tem a possibilidade de negociar e ser transformado em dinheiro. Por exemplo, uma casa, um carro, um terreno, uma patente, ou seja, são ativos (bens) reais.
E o que é um Token?
Em resumo, podemos dizer que um Token é a representação digital de um bem real, que tem valor comercial, e que possibilita a negociação facilitada de frações desse ativo. Seja esse ativo tangível ( obras de arte, empreendimentos, carros e etc) ou ativo intangível (patentes, marcas, direitos autorais, carreira artística e esportista e etc).
Os 6 tipos de Token mais conhecidos
Agora que esclarecemos o que é um Token, e como é o seu processo de criação, ficará ainda mais fácil de entender como funciona essa solução a partir de um exemplo real.
Em 2018, The Royal Mint, a casa da moeda britânica, tokenizou o ouro físico armazenado pela Royal Mint Gold (RMG), através da blockchain desenvolvida em parceria com a Chicago Mercantile Exchange. Assim permitiu que o ouro físico fosse negociado em tempo real, de maneira segura e transparente, a custos mais baixos. Vocês perceberam a grandiosidade dessa tecnologia e o peso que tem a casa da moeda britânica adotá-la como mecanismo de negociação?
Percebam que um representante do modelo financeiro tradicional provou de uma solução revolucionária do novo modelo econômico financeiro, modernizou e praticamente mudou a forma de negociar o ouro e sua liquidez no mundo.
O case que acabamos de exemplificar representa uma categoria de token, no caso, Security Token. Saibam que existem diferentes tipos de token, entre os mais conhecidos estão:
- Security Tokens: são os ativos digitais, que espelham um valor mobiliário real e seguem regulamentações de órgãos fiscalizadores, pois estão lastreados por bens da economia tradicional. O não cumprimento da legislação vigente acarretam penalidades ao emissor. Por tanto, são securities criptográficos que possibilitam que investidores o adquiram e que recebam dividendos, lucros e juros pelo aporte realizado. Exemplo de empresas que já lançaram seus Security Tokens: a empresa Spin, que fabrica patinetes elétricos, levantou US$125 milhões em um STO (Security Token Offering) com tokens atrelados à própria receita, outro emissor de Security Token foi o St. Regis Aspen Resort, um hotel de luxo, que arrecadou US$18 milhões, fracionando sua propriedade.
- Payment Tokens: funcionam exatamente como dinheiro, são criptomoedas, que literalmente se comporta como uma moeda, porém de forma digital. Tem a função de realizar transferência de capital, agindo como meio de pagamento. Exemplo desse tipo de token são Bitcoin e Stable Coins. Certamente, você já ouviu falar muito em Bitcoin que está em evidência.
- Token de Antecipação de Recebíveis: também é um token security, porém este é o token que permite que uma empresa que receberá a longo prazo um montante antecipe certo valor monetário e em troca ela oferece devolver o investimento com juros a aqueles que fizeram essa antecipação. Geralmente o Token já tem previamente estabelecido o cálculo de porcentagem de juros de retorno e prazo para que ocorra o acerto a aqueles que adquiriram o token. A dinâmica é muito similar ao empréstimo feito junto a uma instituição financeira, porém nesta proposta é possível você fazer essa oferta diretamente a investidores, tornando uma relação direta sem intermediários. Por exemplo, imagine que você é tem um canal famoso no Youtube e você já sabe que receberá certa quantia por esse trabalho, mas você precisa de dinheiro imediato para lançar um produto novo, você pode usar desse modelo de token para alcançar a antecipação do valor necessário para sua ação.
- Token de Mecanismos de Solidariedade: é outro exemplo de security token, criado para antecipar capital aos clubes de futebol formadores de atletas, o investidor desse tipo de token, adquire o direito de receber porcentagens do valor que o clube formador a cada nova transferência desse atleta. Um case, desse tipo de token, ocorreu com o time carioca Vasco da Gama que em parceria com o CSMV Advogados e o Mercado Bitcoin lançaram quinhentos mil tokens de valor de 100 reais que se referem a doze atletas recém-formados pelo time, ou seja, os proprietários desse token lucrará a cada eventual transferência desses jogadores.
- Utility Tokens: esse token oferece uma utilidade àquele que o possui. Ele é uma espécie de moeda, porém somente tem valor quando utilizado em um ecossistema. Podem funcionar como cupons de pré-venda, direito de acesso a uma rede ou serviço, direito de voto, ingressos e programas de fidelidade. Um exemplo prático, são os tokens de utilidades que estão sendo emitidos pelos times de futebol no Brasil e no mundo. Nesta semana o token $Mengo bateu recorde mundial de velocidade de vendas nessa modalidade, foram 1 milhão de tokens vendidos em 12 minutos.
- NFTs: Non-fungible tokens, são o token que representam um bem único que não podem ser substituídos, tornando-o um item exclusivo de colecionador. O NFT, Everydays: the First 5000 Days do artista Beeple foi o NFT mais caro já vendido segundo a Forbes, ele foi arrematado por US$ 69 milhões (33 mil ETH).
Como é o processo de Tokenização de um ativo regulado (Security Token) ?
Basicamente o processo de tokenização na prática, segue quatro etapas:
1° etapa – Estruturação do token: assim que definido o ativo real que será um token, verifica-se se de fato esse bem existe e se atende aos requisitos para sua criação. Neste momento também é desenvolvido o contrato jurídico que estabelece todos os direitos dos detentores do token. Em alguns casos, nessa mesma fase, cria-se uma conta Escrow para recebimento dos investimentos, assim tanto o emissor e o comprador conseguem receber sua parcela da negociação.
2° etapa – Emissão de Token: após estabelecer os direitos jurídicos das partes e validação da existência do bem, segue-se para fase de criar o token propriamente, momento este de representar digitalmente o ativo. Nessa etapa cria-se um smart contract, que contém as regras de negócio estabelcidas pelo emissor desse Token.
É através da tecnologia blockchain em uma rede blockchain ( rede que é segura, criptografada e imutável) que é possível criar um smart contract, para que a distribuição desse token seja realizada.
Uma curiosidade: a rede pública de blockchain mais utilizada para criação de smart contracts é a pioneira Ethereum. A rede Blockchain opera como um livro contábil estruturado de forma distribuída, que armazenam e disponibilizam para acesso as informações transacionadas que formam blocos, estes são sequenciais e encadeados. O processamento dessas informações são realizados por diferentes comutadores (nós) ao redor do mundo.
3° etapa – Listagem ou Distribuição: após a criação do token e as definições de suas regras de venda, eles são publicamente apresentados aos investidores por meio de uma plataforma tokenizadora, especializada neste serviço. Assim os interessados podem manifestar e realizar aquisição dos direitos do ativo que desejam representados pelo token.
4° etapa – Governança: nessa última fase os investidores têm acesso ao retorno referente ao token comprado. Também é possível acompanhar as atualizações do projeto ao qual o token faz parte, e do mercado ao qual está inserido.
Como é o processo de Tokenização de um ativo não regulado ( utility token ) ?
Para utility tokens como o próprio nome já diz, é necessário que o token forneça uma utilidade ao comprador. Existem no mercado diversos tokens utility sem utilidade e com a promessa que após a conclusão do projeto da emissora do tokens eles serão usados para algum fim especifico.
Vamos pegar o exemplo da rede Ethereum, seu token é o Ether. E com ele é possível utilizar de diversos projetos que rodam na rede Ethereum, como as exchanges descentralizadas, games e outras centenas de aplicações descentralizadas.
Mas vamos aos passos para a emissão de um token utility:
1° etapa - Utilidade e regras de uso:
Antes de emitir seu token é recomendado que seja detalhado qual será a utilidade do token que esta sendo distribuído ou comprador pelos usuários, quanto mais claro for isso maior será a credibilidade no projeto. É fundamental especificar quando o token poderá ser usado e também o destino do dinheiro que será captado, muitas vezes essas regras podem ser definidas no próprio token, já que ele é um código que pode ser aplicado regras de negócio.
2° etapa - Criação:
Uma empresa especializada na criação de tokens irá desenvolver o token, e é recomendável que uma outra faça uma auditoria técnica de vulnerabilidade e se as regras que foram publicadas aos compradores foram inseridas no código.
3° etapa - Emissão em uma corretora:
Agora com o token criado e publicado na rede de produção, a fase seguinte é a emissão dos tokens em uma exchange centralizada ou descentralizada. Dessa forma as pessoas poderão realizar compras, outra método é o próprio emissor realizar vendas e um hotsite.
4° etapa - Dar a utilidade ao token
Por último, é que o token possa ser utilizado conforme o planejado e que seja construído um ecossistema em torno do token para que cada vez mais ele tenha valor como ocorre com o Ether do protocolo Ethereum. Pense aqui no ticket comprado na quermesse, ele só poderá ser usado lá dentro e caso não tenha produtos ele não terá valor, agora quanto mais barracas aceitarem o ticket mais será a demanda de compra.
Lembre-se todas essas vantagens e possibilidades estão atreladas a tecnologia blockchain que opera em rede descentralizada e sem intermediários, por isso, algumas responsabilidades devem ser bem claras a quem adota a tokenização.
Importante ressaltar que no Brasil, especificamente a Security Tokens, para que seja feito uma emissão é preciso obter a licença de operação fornecida pela CVM -Comissão de Valores Mobiliários, o demais tokens que não se referem a ativos mobiliários até o momento podem operar sem licenciamento de órgãos reguladores.
Diante de tudo que discutimos até aqui podemos concluir que a tokenização de ativos veio para ficar! Ainda que recente, a nova dinâmica financeira já está acontecendo e cada vez mais as pessoas vão se deparar com essa nova maneira de operar as finanças e migrar para esse modelo.
É importante disseminar que a tokenização opera de modo que os investimentos oferecem segurança, agilidade, acessibilidade e transparência às transações.
Realmente a Era da Tokenização está no início e com perspectivas futuras promissoras. Estudos da Finoa, plataforma de ativos digitais, apontam que entre o período de 2025 à 2027, a projeção de transação de ativos tokenizados representará até 10% do PIB mundial.
Em simulação a Finoa, criou um racional conservador para determinar o tamanho potencial do mercado de tokenização global, eles levaram em consideração somente os ativos financeiros, e chegaram a projeção $ 24 trilhões de ativos financeiros até 2027, essa projeção ainda tem chances de ser até maior se considerarmos os ativos intangíveis que vem demonstrando crescimentos significativos.
Em outras palavras, a Era da Tokenização irá modernizar e acelerar ainda mais os modelos de negócios e de trabalho rotineiros, em especial ao que se refere aos ativos reais.
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